Mês passado o Programa Bluga fez três anos online. Nunca comemoramos de verdade estas datas, mas acabamos usando-as como retrospectiva, avaliando nossas metas. As quais, na maioria das vezes, não cumprimos a contento. Então, vai lá nosso balanço deste período e apresentemos as novas perspectivas.
Contabilizamos nestes três anos perto de 22 mil acessos no blog. Com mais de mil dias no ar, isso nos dá uma média de 20 acessos diários direto na página do blog. Destes números todos, a avaliação é bastante positiva, mesmo pensando que provavelmente um terço deles procura de fato as informações de nossas postagens e valoriza nosso texto. Temos ainda os leitores do nosso feed RSS, com 40 assinantes, a quem agradecemos pela assiduidade, afinal é para eles que escrevemos.
Hoje, com menos de mil acessos diários, poderíamos dizer que a consolidação do blog está longe do ideal. No entanto, entendemos que tratamos de um nicho específico, o da música, e sob uma ótica única, buscando a crítica. Isso nos diferencia fundamentalmente dos grandes portais e dos blogs especializados. Não tendo textos diários, mesmo porque se for só pra divulgar outras coisas, temos os 140 caracteres do nosso Twitter. Falando do underground, do independente, de propostas relevantes, de boa música, cobrindo apenas uma pequena movimentação em particular no interior paulista, com textos longos mas bem acabados, estes números na verdade impressionam.
Agora, um dos fenômenos interessantes dos canais de notícias, blogs e afins é que estes são conduzidos em sua maioria por jornalistas culturais ou diretamente pelos envolvidos com a produção musical. O último grupo, de certa maneira, faz parte da indústria independente que se insere em todos os lados do seu negócio, estratégia de mercado fundamental hoje, mas que confere o teor propagandista de culto da imagem. Viva o Rock, viva o ícone!
Fato é que estamos na contramão deste sistema, já que por aqui todos os sujeitos trabalham ou estudam em outras áreas, com pouco ou nenhuma correlação com a música. Mesmo numa época em que o jornalismo passa por grande abertura, com o público comum falando da cultura pop, da música, nosso trabalho se difere. Procuramos uma análise bastante crítica, ponderando origens e fatos, para melhor entender os processos que envolvem bandas, a produção cultural, festivais, por fim, a cultura.
Conseguimos inclusive atrair novos nomes, com a participação de colaboradores, produzindo conteúdo, artes gráficas, transmitindo suas impressões da música no papel e através dos olhos de uma lente, com uma cobertura fotográfica bastante artística. Além dos quatro co-fundadores, eu, Marcelo Toyama e os irmão Adachi, Rodrigo e Felipe, tivemos as fundamentais colaborações de Carolina Scoponi, de São Paulo, e Alexandre Vergara, de Araraquara. Da fotografia, nos acompanhou neste tempo Caroline Pazian, Rafaela Munhoz e, nosso fotógrafo frances, Vincent de Almeida. Tivemos ainda uma série de colaborações pontuais, às quais estamos abertos, já que gostariamos ampliar nossa rede, aumentando a percepção do blog para os leitores. Você, leitor, sinta-se a vontade para participar!
Mas, falando de música, arte e cultura, é praticamente impossível ficar impassível frente à efervescente movimentação. Então, inegavelmente, houve forte atuação no campo, nos colocando juntos da produção cultural, envolvendo-nos com o FUSCA, com o MACACO e outras diversas ações. Contudo, esta posição alheia à esfera profissional passa a conferir uma posição importantíssima: temos aqui os interessados em música, o fã, o fomentador daquilo que se admira verdadeiramente, daquilo que se gosta. Por fim, se faz toda a proposta por prazer.
Tempos atrás tinhamos como mote "elucidar as mentes incautas quanto à boa música". Boa música, na ponderação única e exclusivamente nossa, claro. Mas, como dissemos, de uma posição privilegiada, do lado do espectador, procuramos mostrar uma perpectiva diferente, de dentro do próprio público, do público interessado. E, mais que isso, tentamos levar este público a partilhar de nossa visão, e temos certo alcance aqui.
Agora uma das coisas que mais incomoda nesta história toda é o famigerado "programa" que nos toma o nome. Afinal, trata-se de um blog surgido de um piloto de programa de rádio, e carregamos este nome junto quando decidiu-se mudar a ferramenta para um blog. A idéia de um programa de Rádio era justamente mostrar nesta mídia uma outra perspectiva sobre a música, a perspectiva do amante da música. Agora, já faz um tempo que a promessa do programa ainda reverbera, desde que os podcasts tomaram conta da web. Estamos atrasados, todo mundo já tem o seu podcast, mas vamos fazer um esforço pra publicar algumas edições ainda este ano.
E ainda, de velhas novidades, queremos expandir a política de bootlegs que estamos conduzindo aqui no blog. No nosso acervo temos um pequeno número de títulos, que nós mesmos capturamos, mas queremos mais. Gostamos de shows ao vivo, invariavelmente gostamos de bootlegs. E recomendamos que os fanáticos por música conheçam suas bandas e apreciem os álbuns ao vivo, mas em particular os registros únicos que são estas peças raras, os bootlegs. Não há nada mais bacana que ter o áudio capturado de um show onde você esteve pessoalmente. E, além de ser um artefato precioso ao fã, ou justamente por isto, é uma ferramenta fantástica para bandas, produtores, festivais e casas de show utilizarem, popularizando seu trabalho e seu nome. Mas conversemos sobre isso mais além, quando lançarmos nossa carta para receber e hospedar todo bootleg bacana que nos oferecerem!
Já passamos pelos festivais da região, do Contato ao Rock na Estação, do Araraquara Rock ao SWU. Em São Paulo e no Interior do estado, de Virada Cultural paulista e paulistana. A impressão que temos da cena é forte na região, São Carlos, no estado e no país. E só tende a aumentar. E, de alguma maneira, colaboramos para isto. Quem mais vem?
Um comentário:
Vida longa ao Programa Bluga. :)
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