Cobertura da 5ª Semana do Macaco: Terça-Feira - Girafulô e Comadre Fulozinha!


Contrastando com o experimentalismo de Dupin e a latinidade de La Cartelera, a terça-feira do MACACO chega com um clima bem popular e brasileiro. Isto porque na data teríamos Girafulô, daqui da terrinha, e Comadre Fulozinha, direto de Pernambuco! E não seria a única, aliás. Lá de Pernambuco, mais especificamente de Olinda, viriam também os caras do Guardaloop, que apareceriam na quarta-feira do MACACO. Impressionante a quantidade de bandas relevantes que andam surgindo em Recife e cia. nos últimos tempos. Bom, talvez estivessem sempre por lá, escondidas, mas é só de uns tempos para cá que obtiveram maior visibilidade por aqui.

Voltando a São Carlos, naquela terça, o MACACO mudava de endereço e migravamos todos para a Arena do Teatro Municipal, ao menos para a primeira parte da noite. Mais tarde, de volta ao CAASO, ainda rolaria Oroari, grupo de danças brasileiras, e Sambaobá, grupo de samba de mesa e de roda, ambos vindos de Rio Claro, se apresentando pela Mostra Alimente o MACACO.

Cheguei lá no cair da noite, já esperando ter perdido o Girafulô, me contentando apenas com a Comadre. Felizmente ocorreu o habitual atraso de todo bom show, de modo que pude conferir o grupo de dança pela primeira vez. Girafulô é um grupo de danças populares brasileiras nascido em MACACOs de outros tempos (2006, para ser mais exato), que se encontra semanalmente na UFSCar. Infelizmente não tomei muitas notas da apresentação, já que as meninas me prenderam tanto a atenção que acabei esquecendo completamente de escrever qualquer coisa. O que posso dizer é que foi uma apresentação memorável, com um repertório de danças bem diversificado, explorando as ritmicas nordestinas que confundem música e dança, tudo marcado pela alta participação do público com o show, já que a apresentação rolava no meio do povo. Alguns, já familiarizados, ou simplesmente porque queriam dançar, se juntavam à festa. No fim, as dançarinas saíam por aí distribuindo apertos de mão e abraços, deixando a apresentação num clima bem confortável e familiar. As meninas também marcaram presença na sexta- feira, mas não pude vê-las pela segunda vez, infelizmente.

Mudando o foco da dança para a música, era chegada a hora de Comadre Fulozinha. Grande ansiedade de minha parte, afinal já faz um tempo que queria muito ver as meninas ao vivo. Nenhuma dúvida, no entanto. Esse é o tipo de música que se vê claramente que foi feita para se ouvir no palco. Além do mais, já tivemos a oportunidade de ver Karina Buhr se apresentando em posições um pouco mais discretas, no Macunaíma Ópera Tupi, show de Iara Rennó, atuando como sempre e também na percussão e vozes. As resenhas do show mencionado, aliás, podem ser vistas aqui e aqui. Mas agora com seu próprio projeto, Karina Buhr volta a São Carlos desta vez ocupando o centro do palco, acompanhada de Letícia Coura na viola, violão e cavaquinho, Flávia Maia na voz e percussão e Stefan nos metais, substituindo Marcelo Monteiro, que, pobre coitado, havia ido tocar na Grécia.

Apesar da presença de instrumentos de corda e metais, a banda embasasse na voz e na percussão, numa mistura de vários ritmos, como côco, baião, maracatu e ciranda. Para tal, os mais variados instrumentos são empregados, como a alfaia, zabumba, congas, djembê, ilú, saxofone, cavaquinho violão e rabeca. O resultado da mistura praticamente demanda uma dança para acompanhar e boa parte do público responde ao apelo, como não poderia deixar de ser. Afinal, já tínhamos um público propício à dança, como visto na apresentação anterior. Falando em público, nota-se que a audiência na terça-feira difere da do usual, se comparado aos outros dias. Mais pessoas de idade, crianças. Enfim, algo além de universitários. Provavelmente pelo fato de ser no Teatro Municipal, imagino, cumprindo umas das muitas propostas do MACACO, levar não só aos universitários o Movimento, mas também à comunidade sancarlense.

O show teve no seu repertório quase a totalidade do último disco lançado, Vou Voltar Andando, como era de se esperar, além de algumas de discos antigos, como Tocar na Banda, com direito a duas versões diferentes, e Chumbo de Vidro. O setlist inteiro é o seguinte:

01. Presta Atenção; 02. Flor de Rosa; 03. Chumbo de Vidro; 04. 2 de Janeiro; 05. Passarinho; 06. Falta de Sorte; 07. Amaralina; 08. Desterro; 09. Mambú e a Abacaxia; 10. Rosa Alvarinha; 11. Saí Passada; 12. Vou Voltar Andando; 13. Tocar na Banda; 14. É Ou Não É; 15. Coquinho Bom; 16. Tocar na Banda (Bis)




Karina Buhr já nos confessionava em outra ocasião que desejava também trazer seu trabalho solo, que está pra sair, cujas primeiras impressões podem ser tiradas em trocentos vídeos por aí. Claro, vê-la seja com Comadre, Iara Rennó e trocentas parcerias mais, seria boníssimo. Voltando, está bom!

Mais fotos desta terça no nosso Picasa!


Fotos por Vincent de Almeida

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