Lisabi: Ska vive!

Há quem diga que o Rock morreu, mas nem por isso deixaram de surgir bandas novas de Rock. Eu vos digo que o Ska morreu! E não parece provável que venha a surgir uma nova onda além das três “consagradas”: a primeira onda, Jamaican Ska; a segunda onda, 2 Tone; e a terceira onda, com Ska-punk e Ska-jazz.

Mas, para minha alegria e dos demais apreciadores do estilo, isto não significa que bandas novas não apareçam por aí. Em termos de bandas nacionais temos nomes como Firebug e Orquestra Brasileira de Música Jamaicana. Cronologicamente não podemos encaixá-los nas gerações anteriores, mas seu som e estilo remetem a primeira e segunda Onda, respectivamente. Agora, na noite do sábado passado, dia 16 de Julho, tive a oportunidade de ver uma das iniciativas mais interessantes do país no gênero, com a banda de Campinas Lisabi vindo se apresentar no Armazém Bar, em São Carlos.




 Formada em 2010, já tem um primeiro disco gravado intitulado Au Diable Les Bananes e contam com um número significativo de apresentações, com passagens por todo o estado e até no Grito Rock de Cuiabá. Vieram para a cidade no meio da sua turnê de inverno, atravessando o estado de São Paulo e batendo por Minas e Paraná. Dividiam uma Noite Fora do Eixo com a Jennifer Magnética, num evento promovido pelo Aparelho Coletivo, núcleo de ação musical desmembrado do Massa Coletiva.

Ouvindo o álbum de estréia do conjunto, minha primeira impressão era de que estava ouvindo uma típica banda de Ska-core, daquelas que muito se ouvia falar no final da década de 1990 e início dos anos 2000. Em particular me vem à cabeça o grupo Less Than Jake, mas é crueldade demais rotular a banda dessa forma simplória, pois ao ouvir mais atentamente nos deparamos com alguns elementos do Jazz e ritmos latinos, que trazem uma sonoridade bem interessante e que às vezes pode passar de forma despercebida. Destaques para as faixas Language Itself is Profane e Ambiência, minhas faixas favoritas da banda.



Ao vivo, os meninos trazem ao palco uma energia contagiante fazendo jus a presença de palco que é imprescindível para qualquer banda de Ska, seja qual estilo ela toque. Ora dançando, pulando ou tocando no meio da galera, os movimentos executados parecem ser de pura empolgação e alegria de tocar e não mera pose.

Duas semanas atrás eu desconhecia a banda. Agora, certamente estarei atento as suas novidades!

Setlist
1. Thank You All; 2. Satyagrahi; 3. Share; 4. Ambiência; 5. Dó Maior; 6. Language Itself is Profane; 7. Quit Your Life; 8. Zelda; 9. Fred Phelps: American Terrorist;




Escrito por Jubas, vulgo Fernando Francini, faz quadrinhos vagabundos e procura um estágio pra se formar em Estatística. Usa a guitarra Aos Maníacos Símeis, mas queria era tocar trompete numa banda de Ska.


Fotos por Laila Manuelle.