Nos dia 18 e 19 deste , apresentou-se Mônica Salmaso em parceria com o quinteto Pau Brasil em seu último show da turnê Noites de gala, samba na rua, no Teatro Municipal de São Carlos, mais recente obra abandonada/concluída da cidade.
Destrinchando um pouco a história dos supracitados: Mônica Salmaso é uma cantora paulistana, eleita em 2002 pelo crítico do The New York Times, Jon Pareles, um dos principais expoentes da música popular brasileira. Tem cinco álbuns gravados, incluindo Afro-Sambas (1997), um duo de voz e violão com Paulo Bellinati, violonista do Pau Brasil, contendo todos os afro-sambas de Baden Powell e Vinícius de Moraes; Trampolim (1999) e Voadeira (1999), que renderam à artista os prêmios Visa MPB e Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte, além de ambos terem sido lançados também na Europa, Japão, Estados Unidos, Canadá e México; Iaiá (2004) e Noites de gala, samba na rua (2007). O último, tema do show em questão, contém apenas músicas de Chico Buarque e é todo gravado ao lado do Pau Brasil.
E falando neles, o quinteto Pau Brasil é referência para a música instrumental brasileira. Formado em 1979, atualmente conta com o baixista Rodolfo Stroeter, o pianista Nelson Ayres e Paulo Bellinati, violonista, da formação inicial; além deles, temos hoje Teco Cardoso, saxofonista e de-outros-sopros, e Ricardo Mosca, na bateria. A proposta inicial do grupo continha um repertório visceralmente brasileiro, embora advindo de influências diversas, como sugeria o Manifesto Pau Brasil, de Oswald de Andrade. Hoje o quinteto acumula festivais e uma indicação ao Grammy, na categoria Best Jazz Group, em 1996, com o álbum Babel, um dos oito lançados até agora. O último, PAU BRASIL 2005 traz interpretações de Villa-Lobos, Ari Barroso e Chico Buarque, além de composições de Rodolfo Stroeter, Nelson Ayres e Paulo Bellinati.
Quanto ao último citado, o Teatro Municipal de São Carlos “Dr. Alderico Vieira Perdigão”, inaugurado em 1964, foi (re)inaugurado no dia 4 de julho de 2008, para a alegria da população são-carlense, sempre ávida por cultura, depois de sete anos fechado, cinco desses em reforma. O teatro foi ampliado e dotado de novos recursos como um bar no piso da bilheteria e rampas para deficientes físicos. Hoje o teatro de arena e o palco italiano somam uma capacidade para 900 pessoas, sendo 404 a capacidade para o palco italiano, sem mudanças no projeto de 1964.
Destrinchando um pouco a história dos supracitados: Mônica Salmaso é uma cantora paulistana, eleita em 2002 pelo crítico do The New York Times, Jon Pareles, um dos principais expoentes da música popular brasileira. Tem cinco álbuns gravados, incluindo Afro-Sambas (1997), um duo de voz e violão com Paulo Bellinati, violonista do Pau Brasil, contendo todos os afro-sambas de Baden Powell e Vinícius de Moraes; Trampolim (1999) e Voadeira (1999), que renderam à artista os prêmios Visa MPB e Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte, além de ambos terem sido lançados também na Europa, Japão, Estados Unidos, Canadá e México; Iaiá (2004) e Noites de gala, samba na rua (2007). O último, tema do show em questão, contém apenas músicas de Chico Buarque e é todo gravado ao lado do Pau Brasil.
E falando neles, o quinteto Pau Brasil é referência para a música instrumental brasileira. Formado em 1979, atualmente conta com o baixista Rodolfo Stroeter, o pianista Nelson Ayres e Paulo Bellinati, violonista, da formação inicial; além deles, temos hoje Teco Cardoso, saxofonista e de-outros-sopros, e Ricardo Mosca, na bateria. A proposta inicial do grupo continha um repertório visceralmente brasileiro, embora advindo de influências diversas, como sugeria o Manifesto Pau Brasil, de Oswald de Andrade. Hoje o quinteto acumula festivais e uma indicação ao Grammy, na categoria Best Jazz Group, em 1996, com o álbum Babel, um dos oito lançados até agora. O último, PAU BRASIL 2005 traz interpretações de Villa-Lobos, Ari Barroso e Chico Buarque, além de composições de Rodolfo Stroeter, Nelson Ayres e Paulo Bellinati.
Quanto ao último citado, o Teatro Municipal de São Carlos “Dr. Alderico Vieira Perdigão”, inaugurado em 1964, foi (re)inaugurado no dia 4 de julho de 2008, para a alegria da população são-carlense, sempre ávida por cultura, depois de sete anos fechado, cinco desses em reforma. O teatro foi ampliado e dotado de novos recursos como um bar no piso da bilheteria e rampas para deficientes físicos. Hoje o teatro de arena e o palco italiano somam uma capacidade para 900 pessoas, sendo 404 a capacidade para o palco italiano, sem mudanças no projeto de 1964.
Depois dessa introdução vamos direto ao ponto: o show. E que show! Todos que puderam compartilhar das pouco menos de duas horas de apresentação não hão de negar que sinestesicamente saborearam a voz de uma cantora excepcional, que alcança notas impressionantes e que estava em perfeita harmonia com o Pau Brasil. O quinteto com afinação e arranjos inspirados das obras de Chico, trouxe também a composição de Paulo Bellinati, Pulo do Gato, fazia uso dos recursos musicais dos instrumentistas de uma maneira surpreendente.
O repertório composto por 16 músicas foi de difícil escolha segundo Mônica. Ela disse durante o show que, após uma revisão cuidadosa de toda a discografia do Chico, chegou a uma lista de míseras sessenta músicas. O restante da seleção foi feita junto ao Pau Brasil, que escolheu as músicas com as quais se poderia fazer bons e diferentes arranjos. Ao fim desse árduo trabalho, as músicas escolhidas foram: A volta do Malandro; Quem te viu, quem te vê; Você você; Ciranda da Bailarina; Construção; Olha, Maria; O velho Francisco; Basta um dia; Logo eu; Morena dos olhos d’água; Suburbano coração; Bom tempo; Partido Alto e Beatriz. Além dessas, a já citada Pulo do Gato, e a música final, de apresentação dos músicos, Moda do Pau Brasil, fecham o pacote.
Entre as músicas, comentários e causos foram feitos pela cantora. A começar pela introdução de Você você, na qual Mônica explicou que Chico Buarque resolveu fazer essa música nas vésperas de ser avô, quando sua filha arrumava o enxoval para ir para a maternidade e, na saída, voltou para o quarto do bebê para colocar uma blusa sua dentro do berço, para que o bebê sentisse seu cheiro o tempo todo e não ficasse com medo, o que explica os versos “Que blusa você, com o seu cheiro/Deixou na minha cama?”
Durante o show, Teco Cardoso se revezava em flautas, saxofones e clarinetes, enquanto Rodolfo Stroeter alternava entre contrabaixo e baixo elétrico. Além disso, Mônica Salmaso fez várias incursões por instrumentos de percussão, incluindo pandeiro e chocalho. Dentre as músicas, algumas impressionaram bastante a platéia, como Construção, com toda sua densidade e poesia, Beatriz, na qual a cantora alcança notas altíssimas com muita maestria, acompanhada apenas pelo piano de Nelson Ayres, Você Você, e o novo significado que a música adquiriu para todos aqueles que não conheciam a história do vovô Chico, e Partido Alto, que fechou o show com toda a leveza do samba, antes da apresentação dos músicos.
Outro causo do Chico contado por Mônica: Numa entrevista, perguntaram a ele porque ele fez a música Retrato em branco e preto com este título, e não como retrato em preto e branco, que é como todo mundo chama esse tipo de fotografia. Ele, com toda a irreverência típica, respondeu: “Ah, eu achei que ficava mais poético ‘Vou colecionar mais um soneto, outro retrato em branco e preto’ do que ‘Vou colecionar mais um tamanco, outro retrato em preto e branco’. Há, há!
E uma última historinha, que deixou as mulheres da platéia magoadas com Chico Buarque: diz ele que quando estava compondo Ode aos ratos, precisava de algumas informações biológicas sobre os animaizinhos e ligou para amigo, músico-zoólogo Paulo Vanzolini. Ao perguntar ao amigo como era o nariz do rato, se era gelado, quente, úmido, entre outros, recebeu a seguinte resposta, muito merecida “Mas Chico, você mente tanto sobre mulher nas suas músicas, porque não mente sobre os ratos também!?”, e a réplica veio com uma resposta cafajeste “Ah não, mas pelos ratos eu tenho muito respeito!”
Surpresa também foi a apresentação final dos músicos, a qual foi feita com muito estilo através de Moda Pau Brasil, música composta por Stroeter em parceria com na letra com Mônica, que toma Paulo Bellinati por “jóia de raro quilate”, a técnica de Ricardo Mosca por “a leveza de um inseto”, o maestro Nelson Ayres por “bom de harmonia”, além de dar a receita de seu marido, Teco Cardoso com “misture um saxofone com doutor em medicina” e se refere a Rodolfo Stroeter como “toca um instrumento grave e dele sou muito amiga”. Para não faltar a sua apresentação, o contrabaixista cantou a estrofe para Mônica, aquela que “dá um laço no compasso” e “tem voz de santa”. Por fim, o compositor também teve, em sua homenagem, uma estrofe só para ele, que “escreveu com maestria, dos versos faz seu embarque, a palavra ele cria, ele é Chico Buarque”.
Texto: Sarah Barbosa Segalla
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