Cobertura: Móveis Coloniais de Acaju e Coco de Mazuca no CAASO!


Móveis Coloniais de Acaju novamente em São Carlos, para a felicidade de todos! Desta vez, para tocar em um evento realizado pelo CAASO, com apoio do sempre presente Massa Coletiva juntamente com os caras do Coco de Mazuca. Pois é, pois é, Maquinado, a despeito do que tínhamos anunciado antes aqui, infelizmente não pôde vir. Ficam os parabéns aos organizadores por acharem um substituto a altura, de última hora. E não só por isso, claro, afinal, o evento rolou super bem, com uma discotecagem deveras aprazível a nossos ouvidos, antes e depois dos eventos principais, e tudo a um preço modestíssimo, com o uso de verbas dos fundos de Cultura e Extensão da USP. Evento bom e barato não se vê todo dia, nem cai do céu. Como comentado pelo próprio André Gonzales, vocalista do Móveis, no meio do show, somos privilegiados. Interessante notar que, mesmo sendo pago, rolou muito mais gente, se comparado ao último show (de graça) dos caras aqui, no ano passado, lá no Festival de Calouros de Ufscar, chegando desta vez por volta das 1600 pessoas. Isso mostra que a banda vem ganhando popularidade de lá para cá, e numa velocidade altíssima. Muito bom para eles, muito bom para os fãs, muito bom para o cenário independente, já que Móveis pode ser considerado uma das referências e exemplos para as novas bandas nesta nova fase que a música no Brasil, e no mundo, vem passando, no sentido de utilizar a internet como principal meio para divulgação e reconhecimento. Temos aí vários outros exemplos, como a Mallu e Teatro Mágico (longe de mim querer comparar a qualidade musical de cada um).


De volta ao evento: Infelizmente chegamos atrasados, já ao final do Coco, de modo que não poderemos comentar o show de abertura em mais detalhes, assim como a discotecagem antes deles. Abrindo um parentêses para a introdução: O Coco de Mazuca tem na sua formação Marco Axé, Gustavo da Lua e Toca Ogan, sendo esses dois últimos integrantes do Nação Zumbi. A banda utiliza de instrumentos como ilús, ganzás, congas e pandeiros para tocar o Coco de Mazuca, adicionadas aí influências de vários outros ritmos. Pelo pouco que pegamos, vê-se que a escolha em chamá-los foi bem acertada, garantindo um clima bem dançante para o começo da noite. Claro que, das influências do Nação Zumbi, Maquinado e Coco se encontram em extremos opostos. Contudo, a energia trocada entre os músicos e o público foi grande, contagiando a todos.

Com o povo já esquentado, temos o início da apresentação principal, com a subida do Móveis ao palco, algumas horas a mais do que o horário oficial, mas provavelmente já previsto pela grande maioria. O show traz, como esperado, quase a totalidade do álbum novo, com exceção de Café Com Leite e Bem Natural. Engraçado, já que grande parte da passagem de som tenha sido feita com esta última. Naturalmente, o salão vinha abaixo era na hora das mais conhecidas, com o acompanhamento em peso do público, em Esquilo Não Samba, Aluga-se Vende, Perca Peso e Copacabana. A minha dúvida era como o público reagiria às novas músicas e se isso quebraria o característico clima de alta empolgação já bem conhecido da apresentação do Móveis. Felizmente, essa dúvida foi totalmente infundada e os caras tiraram de letra. Os pedidos de palmas pela banda são uma constante durante todo o show, talvez para compensar justamente o fato de que a maioria ainda não saiba cantar boa parte das novas músicas. De qualquer modo, ficou evidente que os caras sabem garantir a empolgação do público, mesmo estando pouco familiarizado com as letras, através não só das palmas, bem como de outros tantos movimentos do rock (como bem enumerou o Blue Man Group), da própria presença de palco de todos os músicos (aqui um destaque para o backing vocal bem energético do flautista Beto Mejía e dos passos de dança no mínimo curiosos de André Gonzáles), sem contar com a altíssima interatividade do público com o show. Aliás, um dos pontos altos do show é justamente durante Copacabana, quando os metais e André descem para o meio do povo e pedem para fazer uma roda, na grande ciranda característica de toda apresentação do Móveis. É essa energia e esse clima de descontração que garante um público fiel nos shows e a alta popularidade da banda, com certeza.

Ouvindo o álbum em casa, a impressão que me dava era que os metais tinham perdido um pouco da importância nas faixas, mas a verdade é que, ao vivo, a história é outra. Os metais estão mais presentes do que nunca, e o tom aparentemente mais "pop" das novas músicas não tira a essência da banda. Acredito que este segundo álbum vem para manter e agradar aos velhos fãs, ao mesmo tempo que atrai aos novos. O que realmente se constata é que, não tem jeito, Móveis é banda para se ver no palco. As faixas em estúdio são brilhantes, mas ganha-se muito na apresentação ao vivo. Para todos os fãs da banda, recomendo fortemente que confiram ao menos um show dos caras. Ainda mais porque grande parte da verba da banda deve vir dos shows, que acredito ser tendência, felizmente para os fãs, já que a venda de CD vêm perdendo força de tempos pra cá. Tanto é que o novo álbum da banda está disponível pelo projeto Álbum Virtual da Trama, de graça!

E o show chega ao fim, um pouco mais cedo do que eu gostaria, mas nada se pode fazer. Já no fim da noite, a pós-discotecagem do Independência ou Marte traz coisas bem legais como Guizado, Barbatuques e Maquinado, dentre outras coisas, não menos interessantes.

E assim, esperamos que Móveis passe a ser uma presença frequente na cidade, porque público por aqui já se viu que tem de sobra!


Setlist do show:
01. Cão-Guia
02. Lista De Casamento
03. Esquilo Não Samba
04. O Tempo
05. Pra Manter ou Mudar (A Do Piano)
06. Descomplica
07. Perca Peso
08. Cheia de Manha
09. Falso Retrato (U-hu)
10. Copacabana
11. Indiferença
12. Aluga-se Vende
BIS
13. Adeus
14. Sem Palavras




Ademais, aguardem que está pra sair mais uma grande surpresa vinda do show do Móveis, daquelas pra ficar na história! Enquanto você aguarda essa surpresinha, confira AQUI algumas fotos, tanto do Coco de Mazuca quanto de Móveis Coloniais de Acaju, no Picasa do Programa Bluga, e AQUI as fotos tiradas pelo Massa Coletiva!

Fotos: Vincent de Almeida (Móveis) e Danilo Eric dos Santos (Coco)

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